O governo federal anunciou recentemente a inclusão da produção de baterias como uma das principais prioridades em sua estratégia de descarbonização. Essa medida foi estabelecida durante a primeira reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), um colegiado interministerial recriado pelo governo Lula após sete anos de sua dissolução.
Durante o encontro, o comitê executivo do CNDI delineou sete grandes áreas de atuação, chamadas de “missões”, que servirão como diretrizes para a formulação de futuras políticas industriais. Essas áreas representam setores estratégicos que o governo pretende priorizar para promover a nacionalização das cadeias de produção e o domínio tecnológico no país.
“A discussão com o setor produtivo, organizada a partir de missões sociais, permitirá o desenho de uma política pública moderna e de Estado, que sirva para nortear as ações do conjunto do país, gerando sinergias positivas”, afirmou a secretária executiva do CNDI, Verena Hitner.
A “missão” intitulada “descarbonização da indústria, viabilização da transição energética e bioeconomia” apresenta as seguintes prioridades para as cadeias de produção:
- Construção de cadeias regionais de valor e integração produtiva com os países vizinhos, incluindo minerais estratégicos, como o lítio;
- Desenvolvimento da cadeia produtiva do lítio e de equipamentos relacionados, com destaque para o lançamento do Vale do Lítio em Minas Gerais;
- Promoção da produção doméstica e empresas líderes em veículos e peças de transporte alinhados às novas rotas tecnológicas da economia verde; e
- Fomento à infraestrutura sustentável para integração produtiva.
É importante ressaltar que o comitê executivo do CNDI é composto exclusivamente pelo governo federal, enquanto o conselho conta com a participação de representantes do mercado e da sociedade civil.
O CNDI é presidido pelo Ministério da Indústria e Comércio, atualmente liderado por Geraldo Alckmin (PSB), e conta com a participação da Casa Civil e da Secretaria Geral da Presidência.
Além disso, o governo federal está preparando o lançamento de um pacote de políticas verdes para as próximas semanas. Essas políticas, desenvolvidas em colaboração entre diferentes ministérios, serão baseadas em uma agenda de “transição ecológica” que será implementada a partir do segundo semestre. O pacote incluirá novas propostas legislativas e abordará temas como energia, mercado, captura de carbono e energia renovável.
“Temos para o segundo semestre uma determinação do presidente Lula de lançar o plano de desenvolvimento do Brasil, ancorado na transição ecológica, procurando transformar as nossas vantagens comparativas, que são muitas, sobretudo na área energética”, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), na semana passada
Com essas iniciativas, o governo brasileiro busca impulsionar a produção de baterias no país, promovendo a descarbonização da indústria e avançando na transição energética. A expectativa é que essas medidas atraiam investimentos e estimulem o desenvolvimento de uma indústria nacional mais sustentável e tecnologicamente avançada.
Lithium Valley Brazil
Importante ressaltar que está em andamento o projeto que pretende impulsionar as regiões norte e nordeste de Minas Gerais, com a pesquisa e exploração da maior reserva de lítio no Brasil.
Recentemente Governo de Minas Gerais lançou oficialmente o Lithium Valley Brazil em Nova Iorque (EUA). Esse projeto econômico-social tem como objetivo desenvolver cidades nas regiões Norte e Jequitinhonha/Mucuri do estado em torno da cadeia produtiva do lítio, com a intenção de gerar mais empregos e renda para a população de uma das regiões mais precárias de Minas Gerais.
Esse mineral é utilizado em diversas aplicações, sendo mais comumente utilizado na fabricação de baterias de longa duração que alimentam veículos elétricos e dispositivos eletroeletrônicos. Portanto, a demanda por lítio será significativa nos próximos anos pela indústria em geral.
“O lítio é um dos elementos essenciais para o processo de transição energética no mundo. O projeto Lithium Valley prevê que a região se torne não só uma fornecedora de matéria-prima, mas também um importante centro de desenvolvimento e fabricação de produtos, de tecnologia e inovação em torno do lítio. Assim, Minas Gerais aumentará a sua contribuição no processo de descarbonização da economia mundial, honrando o compromisso firmado pelo nosso governo, em 2021, quando fomos o primeiro Estado da América Latina e do Caribe a aderir à campanha Race To Zero, para neutralizar nossas emissões de gases de efeito estufa até 2050”, destacou o governador de Minas Gerias, Romeu Zema.
O Lithium Valley, idealizado pela Invest Minas, envolve a colaboração de diversos órgãos governamentais estaduais e municipais para a formulação de políticas públicas destinadas à atração de empresas e investimentos, qualificação da mão de obra, estímulo à tecnologia e fornecimento da infraestrutura necessária para o crescimento da região.
Com o lançamento do Lithium Valley Brazil, Minas Gerais espera impulsionar o desenvolvimento socioeconômico das regiões envolvidas, aproveitando o potencial da maior reserva nacional de lítio e contribuindo para a transição energética e a descarbonização da economia global.
Invest Mining
A Invest Mining é um conjunto de organizações empresariais representativas, instituições públicas, financiadores e reguladores que se uniram voluntariamente para promover a troca de experiências, compartilhar melhores práticas e contribuir para o desenvolvimento do setor de mineração.
Com o objetivo de propor melhorias regulatórias e fornecer às empresas diretrizes mínimas de governança e sustentabilidade, o intuito da rede é atrair e aumentar os investimentos em projetos minerais, ao mesmo tempo em que se reduzem os riscos financeiros nesse setor.
Além disso, buscam mobilizar tanto mecanismos de financiamento tradicionais quanto inovadores para apoiar iniciativas minerais sustentáveis no Brasil.
A rede é composta por Membros Efetivos, entidades privadas representativas do setor, como ABPM, ADIMB, BCCC e IBRAM, e instituições financeiras. Além de Membros Convidados, órgãos e entidades públicas, como ANM, BNDES e MME.
Desde 2019, a Invest Minas tem sido fundamental na assinatura de compromissos que somam cerca de R$ 280 bilhões em investimentos em Minas Gerais, com um impacto significativo na criação de mais de 600 mil empregos.
Esses investimentos abrangem diversos setores da economia e refletem a confiança dos empresários na infraestrutura, mão de obra qualificada e potencial econômico do estado.
A agência desempenha um papel crucial no fomento do desenvolvimento econômico e na promoção de um ambiente favorável aos negócios em Minas Gerais. Seu trabalho contínuo e dedicado tem sido fundamental para impulsionar o crescimento do estado, atrair investimentos nacionais e estrangeiros e fortalecer a economia mineira como um todo.
Fonte: Epbr, MNB e Invest Mining
